terça-feira, 17 de maio de 2011

Na Paraíba, Erundina diz que PSD não tem identidade e compara partido com antigas legendas da ditadura

A deputada Federal, Luiza Erundina (PSB-SP), em entrevista para o Sistema Arapuan, nesta segunda (16), afirmou não apoiar a possível união entre PSB e PSD. 

Para a paraibana, o PSD lembra os antigos partidos de direita que apoiavam a ditadura militar. A parlamentar afirmou também que é a favor da reforma política. Erundina está realizando conferências em todo o país com a finalidade de divulgar as propostas discutidas entre os parlamentares que devem reger a lei eleitoral num futuro próximo.
Segundo a deputada, o PSD não é um desafeto do PSB, ao contrário, há inclusive a possibilidade de fusão das legendas. “Eu quem me insurgi contra isso, eu vim para o PSB, após sair do PT, imaginando e acreditando que é uma proposta socialista. Agora se unir e fundir com a banda da direita... Sofremos com essa direita que nos perseguiu, nos impôs sofrimentos enormes com torturas, exílios, que foi o período da ditadura, sustentada por esses partidos que são de direita hoje, que lamentavelmente estão aí no poder”, desabafa.
Erundina argumenta que a fundação do PSD serviu para formar uma legenda onde fosse possível juntar pessoas insatisfeitas nos seus partidos. “Uma legenda que o próprio autor diz que não é de direita, nem de esquerda e nem de centro. É um partido sem cara, sem identidade, sem ideologia. Então é isso que a gente quer mudar com a reforma política”, diz.
Segundo a deputada, estão sendo realizadas conferências no país inteiro, pois “se ficar no âmbito só do congresso dificilmente sai alguma coisa que avance do ponto de vista do nosso sistema eleitoral e partidário”, diz.
Para Erundina, o mínimo que se precisa aprovar é sair do sistema uninominal. “Associar a votação em alguém juntamente com um programa de governo, um programa partidário que é o que existe no mundo todo. Além de uma lista preordenada com alternância de gênero, é uma condição que temos para garantir o fim das coligações”, entende. A vereadora assegura que coligação distorce o voto e a vontade do eleitor. “O eleitor vota num candidato e o outro se elege sem ele sequer saber que está contribuindo para isso”, explica.
Sobre os partidos ‘nanicos’, Erundina frisa que o problema são partidos que não têm programa, ideologia nem projeto político e isso vai ser eliminado a partir do momento que acabarem as coligações. “Agora há partidos pequenos que são ideológicos, que tem história e são necessários à democracia e é preciso fazer diferença um do outro pra gente não uniformizar experiência e modelos que são muito diferentes um pequeno partido ideológico e um pequeno partido que é uma mera legenda eleitoral”, diferencia.
A parlamentar é a favor da lista fechada, mas admite a possibilidade de que ao menos seja aprovada uma lista mista, onde metade dela seja estabelecida previamente pelo partido e o eleitor poder decidir quem e em que posição ele coloca determinado candidato.
“É uma forma de você comprometer o partido, de fortalecer o partido, de exigir uma votação de programa e etc. Então nesse sentido eu entendo que avança, além do financiamento público de campanha, para poder evitar, inclusive, o financiamento privado e o abuso do uso do poder econômico, então essas são as questões com fim das coligações”, explica.
Questionada sobre um possível fortalecimento dos ‘chefões das legendas’, com a lista fechada, Erundina explica: “mas hoje já é assim, já temos chefões, já temos caciques, já temos privilégios, já temos autoritarismo nos partidos, quem sabe mudando o modelo a gente também começa a mudar a política. Para romper com isso tem que mudar o sistema e vamos experimentando eleição após eleição e quem sabe a gente consiga mudar a cultura política que é essa que termina distorcendo a democracia no país”, diz.
Avaliação de Ricardo - A respeito do governo do companheiro socialista Ricardo Coutinho (PSB), aqui na Paraíba, a parlamentar teceu comentários superficiais, afirmando a impossibilidade de fazer uma avaliação mais objetiva, por não conviver na Paraíba. A deputada disse que o que tem ouvido são referencias positivas do governador e afirmou que ele está tendo que administrar uma situação complicada remanescente do governo anterior.
Erundina elogiou as inovações do governador do ponto de vista do método de gestão. “É uma coisa importante, ele acaba de ir para o interior com seu governo inteiro, para discutir o orçamento a lei orçamentária, o Plano Plurianual (PPA), num governo onde tão importante quanto às prioridades que ele adota na aplicação dos recursos é a transparência, possibilitar que a sociedade, opine, sugira, acompanhe, enfim, governe junto, porque o povo é quem é a fonte do poder”, elogia.

Paraíba.com

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