Ruy Continua dizendo que a reunião programada para amanhã em Brasília tem como objetivo discutir prioridades para o estado num clima de pacificação.
Difícil é acreditar nisso, olhando os passos do governador Ricardo Coutinho.
No melhor estilo morde e assopre, ele manda seus aliados defenderem a reunião, querendo dar provas de abnegação e desprendimento.
Ao mesmo tempo, nos bastidores, continua trabalhando para que o ex-governador José Maranhão não assuma nenhum cargo no governo Dilma Roussef.
A pergunta que não quer calar: que desprendimento é esse, que quer o apoio da bancada eleita por Maranhão ao mesmo tempo que impede o ex-governador de assumir algum cargo no governo federal?
Duvida?
Leia matéria publicada no jornal Valor Econômico expondo que as articulações de Ricardo tem impedido a nomeação de Maranhão para o governo federal.
Em tempo, a matéria é assinada por Paulo de Tarso Lyra:
“As nomeações de pemedebistas para o Banco do Brasil devem ser o próximo impasse cuja solução será negociada entre o partido e o governo. Após confirmar na semana passada a indicação de Geddel Vieira Lima para a vice-presidência de pessoa jurídica da Caixa Econômica Federal, o Planalto vetou o nome do ex-governador da Paraíba, José Maranhão, para o Banco do Brasil.
”O PMDB contava com a aprovação do pemedebista para vice-presidente de governo da instituição. Maranhão já foi cogitado para a Caixa, para o Banco do Brasil e agora se vê na incerteza se fará ou não parte do governo Dilma Rousseff.
”Maranhão enfrenta uma disputa com o atual governador do Estado, Ricardo Coutinho (PSB), que acusa o pemedebista de uso da máquina durante as e leições do ano passado. Para não correr o risco de nomear para o principal banco público brasileiro alguém que está sendo questionado judicialmente - comprando uma briga desnecessária com o PSB - o Planalto prefere adiar a nomeação de Maranhão. Segundo apurou o Valor, o pemedebista segue cogitado para outros cargos na administração pública federal.
”Para não ficar sem um correligionário no Banco do Brasil, o PMDB movimenta-se para retomar a indicação de Orlando Pessuti para o banco. Como Pessuti milita no meio rural, a tendência é que o partido tente colocá-lo na vice-presidência de agronegócios. Mas a vaga também é pretendida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que pressiona para indicar nomes técnicos, e pelo PT, para um apadrinhado seu.
”Pessuti foi fundamental no acordo fechado entre o PT e o PMDB paranaenses. A chapa tinha Osmar Dias (PDT) como candidato ao governo estadual e a petista Gleisi Hoffmann (PT) para o Sen ado. Dias perdeu a disputa, mas Gleisi conseguiu ser eleita. No começo da gestão Dilma, Pessuti enfrentava resistências do antecessor, Roberto Requião. Mas depois que Requião votou contra o reajuste do salário mínimo para R$ 545, perdeu todas as condições de vetar correligionários.
”Antes da mudança no quadro de nomeações, Pessuti era nome forte para a presidência da Conab. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a vaga era da cota do atual vice-presidente, Michel Temer. O presidente da autarquia era Wagner Rossi. Com a ida de Rossi para o Ministério da Agricultura, o PTB assumiu a Conab, indicando Alexandre Magno de Aguiar.
”O Planalto concorda com o pleito do PMDB de retomar a presidência da Conab. Seria uma saída para acabar com as pressões do partido no BB. Mas quem não aceita essa solução é o PTB, mais precisamente o líder do partido na Câmara, Jovair Arantes (GO). Jovair vai se reunir hoje com o chefe de Casa Civ il, ministro Antonio Palocci e depois encontra-se com o vice-presidente, Michel Temer. As negociações envolvem ainda o líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN).
”O Planalto avalia que ganhou tempo para negociar após a indicação de Geddel na semana passada. O pemedebista baiano era um dos que mais pressionavam o governo em busca de uma saída para a sua situação”.
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