quarta-feira, 23 de março de 2011

Sessão especial expõe situação do Hospital Regional de Patos


Passava das 11 da noite desta terça-feira 22 quando o palestrante Eliseu de Melo agradecia a presença do público e ao Legislativo patoense pela oportunidade lhe oferecida de poder falar sobre o que é o Hospital Regional Dep. Janduhy Carneiro, em mais uma sessão especial realizada pela Casa Juvenal Lúcio de Sousa.
A referida sessão, solicitada pela vereadora Maria José dos Santos Venâncio (Peteca), do PRP, serviu para que fosse apresentada uma verdadeira radiografia do Regional de Patos, seus problemas, avanços e o projeto que está sendo construído visando maior qualidade em seu atendimento.
A vereadora solicitante da sessão especial abriu a série de falas justificando seu pedido. Falou das críticas na cidade que recaiam sobre o Hospital e da necessidade de uma explicação de seu gestor, que inclusive levou sua equipe administrativa para responder questionamentos dos vereadores e demais convidados. Foi percebida a ausências de representantes da Secretaria Municipal de Saúde e do Ministério Público, também convidados para os debates.
O diretor do Janduhy Carneiro apresentou um relatório de avaliação elaborado por sua equipe técnica referente ao primeiro trimestre deste ano. Ele falou das dificuldades encontradas quando assumiu e das ações que estão acontecendo para concretizar o projeto Humaniza SUS, que prevê resolutividade, qualidade do atendimento, autoestima dos profissionais um hospital que realmente atenda os anseios e direitos dos usuários.
A educação continuada foi amplamente posta aos presentes por Eliseu, por considerar fundamental nessa caminhada de melhoria dos serviços. Citou uma série de cursos já ofertados, inclusive em parceria com o Sebrae, agenda de novas capacitações, em parceria com Sesi, Sebrae, CRM, CRO. “Todos, sem exceção vão participar de qualificação profissional, desde à entrada (urgência e emergência) à saída do lixo hospitalar”, enfatizou o médico urologista.
Ele demonstrou toda sua preocupação com a escassez de leitos, citando a abertura de novas enfermarias, adequação de salas para abrir novos leitos; o projeto de construção de uma nova UTI com 20 leitos, hoje são a Unidade de Terapia Intensiva possui apenas seis leitos para atender uma clientela de mais de 40 municípios da regional, inclusive do interior dos estados vizinhos PE e RN. “Se não conseguirmos com o Estado a concretização dessa nova UTI vamos visitar todos os municípios da região, levar a problemática para as câmaras municipais e tentar, com o esforço de todos edificá-la. Todos sairão ganhando”, disse Eliseu.
Citou alguns melhoramentos que precisam ocorrer no Hospital na sua estrutura, a exemplo da área vermelha, que recebe os pacientes que necessitam de socorro urgente; área amarela, que está sendo está sendo ampliada; clínica médica; ortopédica; bloco cirúrgico; UTI; repouso de funcionários, dentre vários outros, obedecendo-se as recomendações da Agevisa e dos conselhos, que foram convidados pela direção para dar seus pareceres sobre as propostas apresentadas.
Os vereadores, presidentes de associações de moradores de outras entidades conheceram algumas mudanças ocorridas nesses três primeiros meses do ano, a exemplo da reforma dos banheiros de algumas enfermarias, com acessibilidade para cadeirantes, a implantação do  programa Lave as Mãos, com instalação de pias nas enfermarias, purificador de água, TV LCD, guarda-volumes, antecipando algumas normas que serão obrigatórias em 2012.
Foram apresentados números dos empenhos a pagar, dívidas não empenhadas (aproximadamente R$ 2,612 milhões, dos débitos contraídos este ano (R$ 1,278 milhão) e os recursos recebidos até o dia 15 deste mês, oriundos da Secretaria de Estado da Saúde, (R$ 750 mil).
24.881 atendimentos em 2011
Hoje o Regional possui 675 funcionários. Eliseu disse que não há excesso de pessoal. Lembrou aos presentes o aumento no número de atendimentos, só ambulatoriais mês passado atingiu 11.247, além de 96 cirurgias ortopédicas e 130 cirurgias gerais e de urgência. De 1 de janeiro deste ano a 15 deste mês houve 24.881 atendimento ambulatoriais no Hospital de Patos. Grande parte poderia ser resolvidos nas unidades de saúde dos municípios, que ainda atendem às necessidades da população, sobrecarregando o Regional.
camaraAlguns vereadores questionaram o diretor do Janduhy Carneiro. Um dos questionamentos foi direcionado ao problema da perna humana encontrada no lixão de Patos. O diretor do Regional informou que foi aberta uma sindicância para apurar os procedimentos dos funcionários que estiveram de plantão, desde o bloco cirúrgico até a saída desse órgão, bem como as empresas, que recolhe os resíduos dos hospitais, paga pelo Estado, como também o transporte até o lixão, os catadores de lixo que encontraram a perna, todos, segundo Eliseu, serão ouvidos pela equipe designada para apurar o caso.
Eliseu de Melo pediu que o Legislativo discutisse a solução dos resíduos sólidos de Patos, cidade de mais de 100 mil habitantes, mas que não possui ainda, como muitos municípios brasileiros do mesmo porte, um aterro sanitário atendendo as normas previstas pelos órgãos sanitários. Ele explicou que consultou vários hospitais sobre o destino dado aos órgãos amputados, recebendo a informação que os mesmos são entregues à família com a assinatura de termo recebimento. “O Hospital de Patos já baixou uma norma e todos os órgãos amputados também serão entregues à família. Aquela que não quiser recebê-los o Hospital se encarregará de enterrá-los”, acrescentou Melo.
O vereador Sales Junior rebateu críticas feitas à nova gestão estadual e do Janduhy Carneiro. Disse que não se pode criticar um governo de quatro anos que só teve três meses de administração. “Precisamos ser responsáveis conosco e com o povo. Não podemos torcer para que nada dê certo”, falou, acrescentando que os problemas do Hospital vêm de longe e que é preciso paciência. Outro que falou e elogiou o desempenho da direção do Regional foi Edmilson Araújo dos Santos (PRP) para implantar um projeto que trará melhoria significativa para a população.
O vereador e presidente do Legislativo patoense, Marcos Eduardo (PMDB) disse que é preciso se deixar de fazer política com a saúde pública. Disse que a população, principalmente a mais carente precisa dos serviços e não da briga de bandeiras políticas. Sua afirmativa foi endossada pelo diretor do Regional, que enfatizou não ter recebido indicação política para o cargo que ora ocupa e defendeu a pactuação com os municípios, uma agenda única para as cirurgias eletivas, até para evitar os famosos bilhetes de políticos.
 
 
Ascom / Patosonline

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