quarta-feira, 27 de abril de 2011

Rômulo senador



O que esperar de um político que já foi vereador, presidente da Câmara Municipal de Campina, deputado estadual, presidente da Assembléia Legislativa, deputado federal e agora é vice-governador? Simples: o Senado. Inteligente, Rômulo Gouveia sabe que o projeto de governo que se iniciou com Ricardo Coutinho tende a ter continuidade com Cássio. Ou seja, longos 16 anos. Muito tempo para esperar a chance de governar a Paraíba.

Pensando como um enxadrista profissional é que o gordinho abocanhou o PSD na Paraíba. Partido que, aliás, irá nascer maior do que muitas siglas com décadas de existência. Ele mexeu no tabuleiro com o objetivo de dar o xeque-mate em 2014, candidatando-se ao Senado. E o terreno parece fértil para os planos de Rômulo, uma vez que Ricardo Coutinho não possui um nome estadualizado que tenha capacidade de disputar a vaga. E Cícero? Pergunta o leitor. Cícero Lucena não terá as mínimas condições de reeleger-se senador, pois não contará com o padrinho Cássio Cunha Lima, bom de voto e bom de rima.

Rômulo tem outro trunfo na manga, a dívida de gratidão que Ricardo Coutinho tem por ele. Como todos sabem, Rômulo aceitou ser o vice de Ricardo quando ninguém mais queria se juntar com o socialista. Rômulo abriu mão de uma reeleição garantida de deputado federal e aceitou o desafio. Afinou as canelas de tanto fazer arrastões nos bairros de Campina Grande e convocou a rainha da Borborema para dar um grande salto. Rômulo não foi apenas um vice, foi o vice que juntou João Pessoa e Campina. Um tipo de vice que Maranhão tanto sonhou, mas não conseguiu. O vice que garantiu a “virada” e depois a vitória.

E não para por aí. As eleições de Romero Rodrigues em Campina e Adones em Santa Rita também terão efeitos práticos em 2014. Contando com o êxito dos dois, o vice-governador poderá se candidatar com o apoio de Cássio, Ricardo, Agra e a gigante máquina estadual e sua influência sobrenatural que funciona como força motriz. Quem em sã consciência toparia desafiar um candidato ao Senado com o apoio das três maiores cidades da Paraíba e os grandes líderes do Estado? Efraim Morais? Maranhão? Não acredito.

Por fim, as últimas investidas de Rômulo Gouveia servem como um “cala-boca” em muita gente que dizia que o vice-governador não tinha vida política própria e vivia à sombra de Cássio. Rômulo mostra que tem independência política e é dono do seu destino, sendo hoje um dos grandes quadros da política paraibana. Sabe pensar e agir. Sabe jogar.

"Vencer na política não é tudo: é a única coisa." (Richard Nixon)




Alan Kardec / PB Agora

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