sexta-feira, 29 de julho de 2011

Projetos de Lei propõem criação de mais duas universidades na PB

Hugo Motta quer criar a Universidade do Sertão

Duas novas universidades federais poderão ser criadas na Paraíba se os projetos de desmembramento da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) forem aprovados no Congresso Nacional. A proposta foi encaminhada pelo senador Wilson Santiago (PMDB), que apresentou dois projetos de lei à Comissão de Educação do Senado para a criação da Universidade Federal Rural da Paraíba (UFRPB), em Areia, e a Universidade do Sertão (Unisertão), em Patos.

O projeto de lei n° 346/2011 foi apresentado à Comissão de Educação em 26 de junho, propondo que seja concedida a autorização ao Governo Federal para criar a Unisertão, absorvendo os campi da UFCG em Patos, Sousa, Pombal e Cajazeiras. A proposta prevê ainda a criação de outros quatro campi para a nova instituição, que seriam instalados nos municípios de Itaporanga, Catolé do Rocha, Princesa Isabel e Uiraúna
A UFCG possui atualmente 5,9 mil alunos matriculados nos 22 cursos de graduação oferecidos no Sertão. Em Patos funcionam os cursos de Odontologia, Veterinária, Engenharia Florestal e Ciências Biológicas. Em Sousa há vagas para Direito, Administração, Ciências Contábeis e Serviço Social. Em Cajazeiras funciona Medicina e Enfermagem, além do Centro de Formação de Professores com nove cursos de licenciatura.
Em Pombal há ainda a graduação em Agronomia, Engenharia de Alimentos e Engenharia Ambiental. Ao todo a UFCG possui sete campi com um total de 16,6 mil alunos, estando presente também em Campina Grande, Sumé e Cuité. Estes serão os únicos campi da UFCG, caso o desmembramento seja aprovado.
Já no último dia 7 de julho foi apresentado o Projeto de Lei n° 398/2011, que pretende garantir a autorização para a União criar a UFRPB com a utilização da infraestrutura já existente no Centro de Ciências Agrárias da UFPB em Areia e prevê também a criação de novos cargos para a ampliação da oferta de cursos em nível superior. A nova instituição seria composta ainda pelo Centro de Formação de Tecnólogos da UFPB no município de Bananeiras, que possui três cursos de nível superior e uma Escola Agrícola.
Estudam atualmente em Areia 1,2 mil alunos nos cursos de agronomia, zootecnia, biologia e veterinária e este ano serão ofertadas mais vagas com a criação dos cursos de licenciatura e bacharelado em química. Agronomia de Areia é o mais antigo curso superior do Estado, com 75 anos de existência. Já no Campus III da UFPB em Bananeiras funcionam Administração e Agroindústria e licenciatura em Ciências Agrárias e Pedagogia, além dos cursos técnicos em Agropecuária, Agroindústria e Aquicultura. A UFPB está presente ainda em João Pessoa, Rio Tinto e Mamanguape.
Essa não é a primeira vez que se propõe a divisão de universidades federais na Paraíba. No início do ano passado, a UFCG realizou audiências públicas nos quatro campi no Sertão para discutir a proposta, que não foi aprovada. “Fizemos uma série de audiências públicas e naquele momento a comunidade acadêmica entendeu que não era o momento de desmembrar uma universidade que ainda não completou seu processo de implantação e expansão”, comentou o vice-reitor da UFCG, Edilson Maia. A própria UFCG foi criada em 2002, a partir do desmembramento com a UFPB.
A direção do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFPB, em Areia, informou que o projeto de divisão não está sendo discutido internamente pela instituição. “A divisão não depende apenas do projeto de lei, mas de um estudo entre os departamentos e a reitoria da UFPB e também a discussão com os parlamentares. O desmembramento é uma aspiração antiga de parte da comunidade acadêmica há mais de 30 anos e está ganhando força com a ampliação do CCA”, argumenta Alexandre Alves, vice-diretor de centro.
O senador justifica a apresentação dos projetos de lei afirmando que a criação das novas instituições vai diminuir o déficit de vagas para estudantes no ensino superior.
“O déficit de instituições e de vagas é particularmente sensível na região Nordeste, que detém baixos indicadores de oferta desse nível de ensino. Ainda que o Governo Federal tenha retomado a expansão da rede de universidades federais, persistem em diversas localidades gargalos injustificáveis na oferta de cursos superiores”, argumentou Santiago na justificativa encaminhada à Comissão de Educação do Senado.


Jornal da Paraíba

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