POLÍCIA FEDERAL FAZ BUSCAS POR PREFEITO FORAGIDO NA PARAÍBA
(Foto: Walter Paparazzo/G1) |
Polícia Federal fez buscas em um apartamento de Intermares, em Cabedelo
A Polícia Federal na Paraíra fez buscas durante toda a tarde desta sexta-feira (4) pelo prefeito de Cacimba de Areia, Inácio Roberto de Lira Campos (PMDB), para o cumprimento de um mandado de prisão. O gestor é suspeito de envolvimento com um esquema de desvio de verbas públicas.
O
mandado de prisão contra Inácio Campos foi o único que ficou em aberto
após a deflagração da Operação Dublê, que resultou na prisão de um
prefeito e três secretários municipais de duas cidades do Sertão
paraibano.
A reportagem do G1 acompanhou as buscas da PF em um
apartamento no bairro de Intermares, na cidade de Cabedelo. Os
policiais, no entanto, preferiram não dar detalhes sobre a investigação.
Até as 20h45 desta sexta, o prefeito não havia sido preso.
Segundo
o superintendente da Polícia Federal, Marcello Diniz Cordeiro, a PF vai
pedir prisão preventiva do gestor, uma vez que ele teria conhecimento
da operação. O presidente estadual do PMDB, Antônio de Sousa, disse que
vai esperar a sentença judicial para se manifestar oficialmente a
respeito do envolvimento do prefeito de Cacimba de Areia em ações de
desvio de dinheiro. Mesmo assim, segundo ele o partido tem que prestar
solidariedade ao filiado inclusive colocando o setor jurídico do partido
à disposição dele. Ele também acredita que Inácio Roberto deve se
apresentar em breve.
O prefeito que está na delegacia da Polícia
Federal em Patos é José Edivan Félix (PR), do município de Catingueira. A
esposa dele, Francinalva Félix, confirmou que o marido estava prestando
depoimento, mas disse que não poderia fazer mais comentários sobre o
caso. Com ele foi apreendida uma espingarda calibre 12 de uso restrito.
Sete carros de luxo foram recolhidos com os demais suspeitos de
envolvimento.
De acordo com Marcello Cordeiro, os investigados
teriam desviado cerca de R$ 5 milhões dos cofres públicos, sendo
aproximadamente R$ 1,5 milhão de verbas da saúde, R$ 1 milhão de
educação e ação social e R$ 2 milhões de verbas de desenvolvimento rural
e infraestrutura urbana.
O dinheiro seria proveniente de
programas do governo federal, como Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil e do Projovem, além de outros vinculados ao Fundo Nacional de
Assistência Social (Fundef), Sistema Único de Saúde (SUS) e Fundo de
Participação dos Municípios (FPM).
Para fazer uso particular dos
recursos, os políticos e funcionários públicos teriam sacado valores em
favor das tesourarias das prefeituras e criado licitações fictícias com
notas fiscais clonadas. A falsificação serviria para prestar contas aos
orgãos fiscalizadores, como o Tribunal de Contas da Paraíba.
Além
das prisões foram feitas buscas em um escritório no Centro da capital e
nas sedes das prefeituras de Catingueira e Cacimba de Areia, que
chegaram a ser interditadas pelos agentes de investigação.
Conforme
a PF, os envolvidos no esquema prestaram depoimento e serão indiciados
pelos crimes de responsabilidade de prefeitos, fraude a licitação,
falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Fonte G1/PB
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